Aproximadamente quatro bilhões de pessoas entre 20 e 80 anos roncam
Milena Alvarez Publicado em 04/10/2022, às 15h00
O ronco é produzido durante as fases REM e não REM do sono e, em geral, decorre de uma obstrução das vias aéreas superiores, como rinites ou resfriados. As posições da úvula e da epiglote (estruturas da garganta) durante o sono também desempenham papel significativo na ocorrência. Em pessoas com grande acúmulo de gordura no pescoço, ou flacidez nessas estruturas e nos músculos ao redor delas, as vias aéreas superiores ficam mais estreitas na posição deitada e, assim, surge o ronco.
Aproximadamente metade da população adulta no mundo ronca, cerca de quatro bilhões de pessoas com idades entre 20 e 80 anos. Desse total, há pelo menos 1 bilhão de pessoas entre 30 e 69 anos que sofrem com apneia obstrutiva do sono (AOS), bloqueios intermitentes do fluxo de ar que ocorrem sem que a pessoa acorde completamente.
Em longo prazo, o problema pode provocar dor de cabeça ao acordar, arritmia cardíaca, baixa concentração, sonolência diurna, cansaço e irritabilidade, afetando a qualidade de vida. Vale lembrar ainda que o ronco também representa uma enorme fonte de estresse para os parceiros dessas pessoas.
Segundo o Ministério da Saúde, o ronco discreto é considerado uma ocorrência normal, principalmente quando o indivíduo dorme de barriga para cima, pois a língua cai um pouco para trás. Porém, casos mais severos devem ser avaliados.
De acordo com o Guinness Book of Records, o recorde mundial de nível de ronco é de 93 decibéis, o que é comparável ao som de um secador de cabelo. Alguém que inspira e expira silenciosamente produz cerca de 25 a 30 dB. Um roncador médio facilmente ultrapassa os 35 dB. Em valores, 55 dB já causam poluição sonora grave.
Confira:
O ruído do ronco é percebido como muito incômodo quando é alto e frequente. Como resultado, quem dorme com alguém que ronca acaba recorrendo a remédios para dormir ou é obrigado a se mudar para outro ambiente da casa, o que pode prejudicar a saúde e/ou o relacionamento.
1. Perca peso: o sobrepeso e a obesidade aumentam a propensão a roncar e também o risco de ter apneia obstrutiva do sono. Um estudo mostra que emagrecer um pouco já faz as pessoas dormirem cerca de 20 minutos a mais.
2. Evite o álcool perto da hora de dormir: a bebida causa um relaxamento dos músculos das vias aéreas. Além de aumentar a propensão ao ronco e à apneia, também mexe com a arquitetura do sono.
3. Não fume: o tabagismo também é um fator de risco para o ronco e para a apneia do sono, além de causar tantas outras doenças.
4. Cuide do seu nariz: se você tem rinite alérgica, sinusite ou amígdalas aumentadas, esses quadros devem ser tratados por um otorrinolaringologista.
5. Evite dormir com a barriga para cima: essa posição facilita a obstrução das vias aéreas.
6. Durma bem: após uma noite em claro ou com poucas horas de sono, a tendência é roncar mais na noite seguinte.
Se você passa o dia cansado e/ou acorda engasgado no meio da noite, não deixe de procurar um médico especializado em sono para avaliar o risco de apneia. O mesmo vale para quem tentou as medidas acima e não parou de roncar. O tratamento adequado pode melhorar a qualidade de vida de quem sofre com o problema e daqueles que convivem com essa pessoa.
Veja também:
Insônia? Seu corpo pode estar te dando um sinal
Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono: uma ameaça não tão silenciosa
Apneia do sono acelera o envelhecimento, diz estudo
Sedentarismo aumenta em 78% risco de apneia do sono, diz pesquisa