Redação Publicado em 31/01/2022, às 14h00
Na noite do último domingo (30), o comediante Whindersson Nunes, 26, e Acelino “Popó” Freitas, 46, ex-pugilista profissional e vencedor de quatro títulos mundiais, enfrentaram-se em uma luta de exibição em Balneário Camboriú (SC).
A luta de exibição fez parte do Fight Music Show, que além de lutas com outros atletas famosos, como Rogério Minotouro e Esquiva Falcão, contou com show musical com presença de Wesley Safadão.
A ideia de um lutador amador, com pouca experiência, enfrentar um ex-campeão mundial da modalidade pode soar estranha. Whindersson, porém, vinha há alguns anos planejando o confronto, desde que entrou no mundo do Boxe como parte do processo de cura contra a depressão.
Em abril de 2019, Whindersson publicou em sua conta no Twitter uma série de posts falando sobre a sua luta contra a depressão, que o deixou recluso até agosto. Em novembro do mesmo ano, em uma entrevista para o jornal Extra, externou o problema, dizendo como a Luísa Sonza, com quem foi casado e se separou em abril de 2020, o ajudou no processo de cura.
A Luísa me fez ir à terapia, algo que rejeitava porque homem é besta. Eu tinha preconceito, achava ser um tratamento para gente doida. Felizmente, essa visão errada acabou, tanto que continuo indo ao terapeuta uma vez por semana e, quando preciso, sou atendido por telefone”, disse o comediante
No processo de cura, Whindersson descobriu a “nobre arte”, dedicando-se aos treinos e realizando lutas amadoras. Ainda em entrevista ao Extra em novembro de 2019, ele falou sobre o papel do esporte em sua vida.
Quando estava bem mal da depressão, busquei ajuda no boxe. Antes mesmo (de contar), eu já buscava distrações, porque pensava em besteira, e, ao chegar à academia, conheci uma galera com a qual nunca andaria, mas era muito legal. Com eles, converso sobre outras coisas, não tem assunto de casa”, explicou.
Além do boxe, que teve papel importante na recuperação de Whindersson, a prática de esportes de uma forma geral tem grande influência sobre uma boa saúde mental.
Atividades físicas regulares podem ser grandes aliadas do tratamento convencional desse tipo de transtorno. Elas liberam hormônios como a dopamina e a endorfina, que contribuem para a sensação de prazer, melhoria do humor e da autoestima.
Durante essas atividades, o corpo libera esses hormônios, pois entende que está em uma situação de estresse - e que precisa de uma “ajudinha” hormonal. Por isso, é comum muitas pessoas descreverem sentir felicidade, alegria e euforia depois de se exercitarem: os hormônios têm grande papel nesses resultados.
Em longo prazo, esses hormônios também ajudam a fortalecer a massa muscular, tirar dores, acelerar o metabolismo e desenvolver a resistência aeróbica, aspectos que, aliados ao tratamento convencional, podem aumentar a sensação de felicidade, trazendo benefícios diversos para a saúde mental.
Além disso, o exercício regular pode melhorar o humor também ao aumentar uma proteína do cérebro chamada BDNF, que ajuda as fibras nervosas a crescerem e promove uma melhora na função cerebral. De acordo com pesquisas, em pessoas deprimidas, o hipocampo do cérebro (região que ajuda a regular o humor) é menor - e o exercício favorece o crescimento das células nervosas nessa área.
Para algumas pessoas, funciona tão bem quanto os antidepressivos, embora o exercício por si só não seja suficiente para alguém com depressão grave", disse Michael Craig Miller, professor assistente de psiquiatria da Harvard Medical School, em um artigo recente sobre como o exercício é um tratamento natural para combater a depressão.
Tanto as práticas aeróbicas, como caminhada, corrida, natação e esportes com bola, quanto as de fortalecimento muscular, como musculação, calistenia e pilates, podem contribuir: o mais importante é manter a regularidade na prática.
A Organização Mundial da Saúde recomenda atividades físicas moderadas de 150 a 300 minutos por semana ou intensas de 75 a 150 minutos (quando não há contraindicação).
Para escolher qual atividade praticar, veja aquela que se encaixa melhor na sua rotina e, principalmente, uma que tenha prazer em realizar. A orientação de profissionais da educação física também é importante, pois torna a prática mais segura e favorece a disciplina e a evolução no esporte escolhido.
Vale lembrar que problemas como ansiedade, depressão e estresse são importantes e devem ser diagnosticados e tratados por especialistas da área de saúde mental. A prática regular de atividades físicas, porém, é ótima aliada!