Redação Publicado em 30/09/2022, às 09h00
“Doutor, é verdade que alguns alimentos podem ajudar a nossa saúde mental?”
Sim, é verdade! Um ramo emergente chamado psiquiatria nutricional enfatiza como a dieta e a nutrição podem afetar a forma como as pessoas se sentem mentalmente. O principal objetivo é apoiar os tratamentos com mudanças na dieta e no estilo de vida.
Uma das razões que sustentam a ideia de que nossas escolhas alimentares impactam a saúde mental é que o sistema gastrointestinal – ou simplesmente “intestino” – está ligado ao cérebro. O intestino abriga trilhões de micróbios vivos com muitas funções, como sintetizar neurotransmissores que enviam mensagens químicas ao cérebro para regular o sono, a dor, o apetite, o humor e a emoção - não é à toa que o intestino foi apelidado de "segundo cérebro".
Por isso, separamos dicas simples para fazer com que a alimentação apoie a sua saúde emocional e o seu bem-estar:
Alguns dos nutrientes mais notáveis ligados à saúde mental e os alimentos incluem:
Os prebióticos são alimentos que fornecem nutrição para as bactérias que já vivem em seu intestino, enquanto os probióticos realmente contêm bactérias saudáveis. Uma dieta que inclui esses dois nutrientes ajuda a manter um estado de equilíbrio de homeostase (estabilidade) no intestino. Algumas pesquisas também sugerem que eles podem desempenhar um papel na resposta do corpo ao estresse e à depressão. Alguns alimentos que contêm prebióticos e probióticos são:
Confira:
Frutas e vegetais são ricos em nutrientes que sustentam a saúde mental – como fibras, carboidratos complexos, vitamina B, vitamina C e polifenóis. Uma revisão recente analisou 61 estudos que compararam o consumo de frutas e a saúde mental, descobrindo que comer mais frutas e vegetais estava associado a níveis mais elevados de otimismo e mais baixos de depressão e de sofrimento psíquico.
Grãos integrais são cereais como arroz, trigo e aveia que são deixados totalmente intactos durante o processamento. Portanto, contêm mais fibras e nutrientes do que os grãos refinados, que tiveram certas partes descartadas. Um estudo recente, incluindo mais de 3.000 adultos, descobriu que uma maior ingestão de fibras alimentares estava ligada a menores riscos de ansiedade, depressão e sofrimento psíquico.
Além disso, o tipo de fibra encontrado em grãos integrais pode ter efeitos anti-inflamatórios quando é digerido no intestino, o que também pode beneficiar a saúde mental através do eixo intestino-cérebro.
O valor nutricional de um alimento é muitas vezes uma consideração primária, mas muitos outros fatores podem e devem influenciar as escolhas alimentares – incluindo o prazer que associamos à alimentação social. Compartilhar refeições entre familiares, amigos e membros da comunidade é uma das tradições humanas mais antigas e pode ser uma maneira de trazer melhoria à saúde mental e ao bem-estar.