Dá pra ensinar o cérebro a gostar de alface? Estudo diz que sim

Pesquisadores descobriram que é possível treinar o cérebro para dar preferência a alimentos saudáveis e com baixas calorias

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h18 - Atualizado às 23h57

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Pesquisadores norte-americanos descobriram que é possível treinar o cérebro para dar preferência a alimentos saudáveis e com baixas calorias. Usando exames de imagem para observar mudanças após a implementação de um programa de perda de peso, eles concluíram que é possível reverter o poder viciante de itens como batata frita e refrigerante.

O estudo foi feito por cientistas do departamento de nutrição e envelhecimento da Universidade de Tufts e do Hospital Geral de Massachusetts, e publicado na edição on-line da revista Nutrition & Diabetes.

Segundo os autores, ninguém nasce apaixonado por pizza ou hambúrguer. A preferência por certos alimentos vai sendo adquirida ao longo da vida, como uma espécie de condicionamento. Os especialistas achavam que, uma vez que a dependência por comida calórica se estabelecia, o único destino possível era viver tentando controlar as tentações.

Para comprovar se isso era verdade, a equipe estudou o sistema de recompensa do cérebro de treze homens e mulheres com sobrepeso ou obesidade. Oito deles faziam parte de um programa de emagrecimento focado em mudanças comportamentais e reeducação alimentar, e os outros não faziam nada de diferente.

Ambos os grupos foram submetidos a exames de ressonância magnética no início e no final de um período de seis meses. Para surpresa de todos, os que participaram do programa para emagrecer apresentaram alterações nas áreas do centro de recompensa do cérebro ligadas a aprendizado e dependência. Os pesquisadores viram que, nessas áreas, houve um aumento de sensibilidade para alimentos saudáveis.

Os autores reconhecem que é preciso fazer pesquisas com muito mais gente e num prazo maior. Mas eles estão otimistas com os resultados. Para quem não consegue abrir mão de junk food, eles trazem alguma esperança.

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