Dieta à base de plantas, com boa presença de vegetais crus, é a alternativa
Tatiana Pronin Publicado em 08/09/2024, às 10h00
Uma revisão de estudos revelou que dietas à base de plantas, com forte presença de vegetais crus, estão associadas a uma melhor saúde a longo prazo, especificamente em relação à perda de peso e prevenção de doenças cardíacas.
A pesquisa foi conduzida pela médica Yani Xu e colegas do hospital da Universidade de Shandong, na China. Eles encontraram 24 estudos sobre a relação entre dietas à base de plantas e perda de peso.
Os dados combinados dos estudos forneceram detalhes sobre 2.223 pessoas entre 18 e 82 anos, sendo que as dietas estudadas tiveram duração de duas a 96 semanas.
"Uma dieta à base de plantas é uma opção viável para pessoas que querem controlar seu peso corporal e melhorar a qualidade de sua dieta para prevenir e tratar doenças metabólicas”, concluiu Xu. Os resultados foram publicados no periódico Frontiers in Nutrition.
Vários estudos têm mostrado que dietas vegetarianas e veganas são úteis para quem quer ter níveis mais saudáveis de colesterol, além de coração, cérebro, intestino e sistema imunológico mais fortes, até uma maior longevidade em geral.
Embora isso não signifique que todos devem abrir mão da carne, sugere que reduzir o consumo, quando possível, pode ter um impacto positivo à saúde.
A revisão indica que os impactos positivos das dietas à base de plantas aumentam ao longo do tempo. Embora aqueles em dietas estritamente veganas (sem alimentos de origem animal) tenham perdido mais peso, não foi significativamente mais do que os participantes que ainda consumiam laticínios e ovos (vegetarianos).
Mas os estudos que envolveram um aumento no consumo de vegetais crus pareciam sustentar as ligações mais fortes com um menor risco de obesidade e problemas cardíacos, descobriram os pesquisadores.
Mesmo ensaios clínicos randomizados como esses não podem determinar se comer vegetais crus causa diretamente a melhora da nossa saúde, então os pesquisadores incluíram uma segunda análise baseada em randomização mendeliana – um processo mais adequado para identificar causa e efeito em questões de saúde.
Examinando um banco de dados público de genomas completos, a equipe selecionou variantes genéticas que poderiam ser estatisticamente associadas a fatores como dietas à base de plantas, consumo de vegetais e resultados adversos de saúde. A partir disso, a análise de randomização mendeliana determinou que comer mais vegetais crus era mais provável de ser responsável pela perda de peso do que fatores genéticos.
"Vegetais crus contêm fitoesteróis e gorduras insaturadas que reduzem as concentrações de colesterol no sangue", explicam os autores. "Eles também contêm várias substâncias (por exemplo, tocoferóis, ascorbato, carotenoides, saponinas e flavonoides) que podem reduzir a inflamação e o estresse oxidativo, reduzindo assim o risco de doenças cardiovasculares."
Aumentar a quantidade de vegetais crus pode ser uma boa maneira de melhorar nossa saúde, mas é importante lembrar que adotar uma estratégia à base de plantas cruas em excesso também pode levar a problemas de saúde. Dietas vegetarianas podem levar a deficiências nutricionais se não forem planejadas corretamente.
Por exemplo, a vitamina B12 é mais fácil de obter a partir de produtos de origem animal e baixos níveis podem causar úlceras na boca, icterícia, problemas de visão, depressão e outros problemas de humor.
Por essas razões, os pesquisadores muitas vezes enfatizam que incluir mais vegetais em sua dieta, em vez de se tornar estritamente vegano, é a principal lição de todos esses estudos.
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