O cereal foi a alimentação básica de várias civilizações importantes ao longo dos séculos
Redação Publicado em 03/06/2022, às 12h00
Acabamos de entrar no mês das festas juninas, uma tradição cultural presente em praticamente todas as regiões do Brasil, e que tem em comum um alimento protagonista: o milho. Ele está presente em diversos pratos, como pamonha, canjica, pipoca e tantas outras delícias desta época.
Os primeiros registros históricos do cultivo do milho datam de 7.300 anos atrás; eles foram encontrados em pequenas ilhas próximas ao litoral do México. O cereal foi a alimentação básica de várias civilizações importantes ao longo dos séculos, como os maias, astecas e incas. Quando os colonizadores portugueses aqui chegaram, muitas nações indígenas já cultivavam a planta, cujo nome, de indígena caribenha, tem o significado de “sustento da vida”.
O que está corretíssimo, já que o milho pode ser considerado um superalimento, pois, além de ser fonte de energia, devido aos carboidratos, tem na sua composição antioxidantes, vitaminas, minerais e fibras alimentares, que são importantes aliados na manutenção da saúde.
“Apesar de ser mais lembrado no mês de junho, o milho é um alimento muito rico nutricionalmente e deveria estar muito mais presente na dieta do brasileiro. Ele faz parte da nossa identidade cultural, remetendo à sua cultura pelos indígenas, além de ser saboroso e muito versátil na cozinha”, explica Patricia de Moraes Pontilho, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera.
Como alimento, o milho se destaca por ter um valor acessível e pela versatilidade de seu uso em receitas, sendo rico em carboidratos e fibras, contribuindo para o consumo de proteínas, vitaminas do complexo B, além de ferro, fósforo, potássio e zinco.
O consumo regular de milho, e não só dos alimentos derivados dele, pode contribuir para a prevenção de doenças crônicas. “Isso porque os seus componentes, como os fitonutrientes (antioxidantes), têm como função combater principalmente os radicais livres, protegendo o corpo de várias doenças crônicas, inclusive o câncer. Esses antioxidantes têm agentes anticancerígenos como o ácido ferúlico, que pode combater tumores da mama e fígado”, diz a nutricionista Bianca Naves, da Predilecta e da Nutrioffice.
Rico em nutrientes: o milho contém vitaminas A, B1 (responsável pela quebra de gorduras, colaborando para o metabolismo, além de ser importante para o desenvolvimento do sistema nervoso), C e magnésio.
Fonte de carotenoide: substância responsável pelo pigmento amarelado do milho, é muito importante para a alimentação humana, atuando diretamente na respiração celular, podendo atuar como antioxidante no organismo, combatendo os radicais livres e fortalecendo o sistema imunológico.
Contém luteína e zeaxantina: duas substâncias com ação antioxidante que protegem as células contra radicais livres, além de auxiliar na proteção de doenças degenerativas oculares, como a catarata.
Rico em fibras: por sofrer menos processos de refino (o que acontece com outros cereais, como o arroz e o trigo), o milho conserva propriedades, principalmente na casca, sendo rico em fibras, o que ajuda o bom funcionamento do trato intestinal. Além disso, as fibras também colaboram para controlar os níveis de açúcar no sangue e o colesterol, e ajudam a conferir a sensação de saciedade.
Fonte de energia: por possuir carboidratos complexos, ajuda na produção de energia para o organismo.
Vitaminas do complexo B: a B1, que favorece as funções cerebrais, como a memória; B3 ou niacina, que previne e trata o colesterol alto; e a vitamina B6, conhecida também como piridoxina, que atua no metabolismo das proteínas.
Minerais: são encontrados em maior quantidade magnésio, fósforo e cobre, essenciais para saúde óssea e cardiovascular. Já o zinco auxilia o funcionamento do sistema imunológico, enquanto o potássio é importante para o controle da pressão arterial e saúde do coração.
Vitamina A: a grande quantidade dela no milho melhora o aspecto da pele, tornando-a mais brilhante. O betacaroteno torna os cabelos, unhas, pele e membranas mucosas mais fortes e saudáveis.
Fitonutrientes: há referências que mostram que fitonutrientes, como isoflavonoides, agem como reguladores da insulina no corpo. Com a liberação adequada de insulina no organismo é possível evitar que a pressão arterial se altere. Assim, consumir óleo do milho, que possui um antiaterogênico no LDL, pode contribuir para reduzir a prevalência de doenças do coração. Além disso, pode prevenir placas de gorduras nas artérias. “Mas vale lembrar que, para não perder as propriedades, esse óleo não deve ser aquecido até altas temperaturas”, ressalta Bianca.
Já Patrícia pontua que, usado em uma alimentação equilibrada, o milho é um grande aliado, mas é preciso moderação. O mais indicado é consumi-lo in natura ou cozido, ou ainda na forma minimamente processada, como a farinha de milho utilizada para cuscuz. Não é recomendado o consumo em suas formas industrializadas, como salgadinhos ou cereais de milho, pois esses passam por processos químicos na indústria, além de receber aditivos químicos para conservação.
“É importante ressaltar que, se consumido em grandes quantidades, o milho pode acarretar ganho de peso: 100 gramas de milho cozido contêm cerca de 98 calorias. Até na forma de pipoca é preciso moderação: ela consegue saciar a pessoa 1,6 vezes mais do que a batata frita, mas não pode ser consumida sem moderação nas dietas, pois também possui calorias importantes”, finaliza Patricia.
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