Prebióticos são fibras dietéticas que não são digeríveis pelo organismo
Cármen Guaresemin Publicado em 28/07/2023, às 18h00
Nos últimos anos, o termo “probióticos” tornou-se comum quando se fala em dieta. Uma pesquisa global descobriu que 80% dos consumidores tomam um probiótico todos os dias. As prateleiras das lojas estão cheias de suplementos probióticos e alguns fabricantes de alimentos os estão adicionando aos produtos. Em uma apresentação sobre um intestino saudável, os probióticos definitivamente roubariam a maior parte dos holofotes. No entanto, os prebióticos são uma coestrela importante sobre a qual as pessoas devem saber mais, pois ajudam a garantir que os probióticos funcionem com eficiência.
Agora, uma nova pesquisa, recentemente apresentada pela San José State University no Nutrition 2023, principal encontro anual da Sociedade Americana de Nutrição, relata os alimentos que naturalmente fornecem as melhores quantidades de prebiótico.
Para este estudo, os pesquisadores avaliaram as informações prebióticas de 8.690 tipos diferentes de alimentos contidos no banco de dados de alimentos e nutrientes para estudos dietéticos. Os cientistas relataram que cerca de 37% dos alimentos no banco de dados continham prebióticos. Os cinco com maior teor – entre 79-243 miligramas por grama de alimento – foram a planta dente-de-leão, a alcachofra-de-jerusalém (também conhecida no Brasil como tupinambo ou girassol-batateiro), o alho, o alho-poró e a cebola.
Cassandra Boyd, estudante de mestrado e autora do estudo, conduzido pelo professor assistente de ciências nutricionais no Departamento de Nutrição, Ciência Alimentar e Embalagem da Universidade Estadual de San Jose, John Gieng, declarou que não houve surpresa ao descobrir que esses alimentos ‘continham o maior impacto prebiótico’, por si só, já que a revisão de literatura anterior havia mostrado que eles eram ricos nesses ingredientes.
“Dito isso, ficamos surpresos ao ver como porções relativamente pequenas desses alimentos continham a quantidade diária recomendada de prebióticos pela Associação Científica Internacional de Probióticos e Prebióticos (ISAPP): 5 gramas. Por exemplo, ao ingeriir cerca de meia cebola pequena por dia, pode-se consumir os 5 gramas recomendados de prebióticos”, explicou Cassandra ao site Medical News Today.
Outros alimentos ricos em prebióticos encontrados pelo estudo incluem anéis de cebola, creme de cebola, feijão-fradinho, aspargos e cereais All-Bran da Kellogg. Todos esses contêm cerca de 50-60 miligramas de prebióticos por grama de alimento. Os pesquisadores descobriram que alimentos contendo trigo têm classificação baixa e laticínios, ovos, óleos e carne tinham pouco ou nenhum conteúdo prebiótico.
Depois de revisar esta pesquisa, a nutricionista Allison Tallman disse ao MNT que não era surpreendente que os cinco alimentos listados fossem ricos em prebióticos. Ela diz que eles também são ricos em fibras, o que é benéfico para a saúde intestinal. “Acho que as pessoas estarão interessadas em aprender mais sobre o dente-de-leão e a alcachofra-de-jerusalém, já que podem não ser tão reconhecíveis para o consumidor comum”.
Rosario Ligresti, chefe da Divisão de Gastroenterologia do Centro Médico da Universidade Hackensack, em New Jersey, concordou. Ela também se disse nem um pouco surpresa com a lista porque cada um desses alimentos demonstrou trazer muitos benefícios para a saúde, então faria sentido que também fossem bons para o intestino e a digestão.
“Muitos desses alimentos, especialmente as alcachofras-de-jerusalém são ricas em inulina, fonte confiável de fibra dietética indigerível que, quando decomposta no intestino, libera os nutrientes prebióticos saudáveis que trabalham para apoiar nossa saúde digestiva de várias maneiras” afirmou Rosario ao MNT.
Probióticos são microrganismos que as pessoas consomem ou aplicam em seus corpos. Como muitas vezes são as mesmas bactérias “boas” que vivem em seu microbioma intestinal, espera-se que proporcionem benefícios à saúde, como ajudar a digerir alimentos e ajudar a manter todo o corpo bem equilibrado.
Consumir certos medicamentos, como antibióticos e álcool, às vezes pode matar bactérias úteis, deixando o indivíduo com um intestino desequilibrado. Adicionar probióticos de volta ao corpo por meio de suplementos ou ingerir alimentos fermentados ricos em probióticos, como iogurte, chucrute, kefir e kimchi, pode ajudar a restaurar o equilíbrio do microbioma.
Para se manterem vivas, as bactérias “boas” no microbioma intestinal e qualquer bactéria probiótica consumida precisam de algo para comer. É aí que entram os prebióticos, que são fibras dietéticas que não são digeríveis pelo organismo.
À medida que passam pelo sistema digestivo, os probióticos se alimentam deles para se manterem vivos e crescerem. “Os prebióticos são saudáveis precisamente porque foram indicados para melhorar o microbioma. São substratos que as bactérias benéficas podem usar diretamente para conferir benefícios à saúde do hospedeiro, pois essas bactérias desempenham funções vantajosas para a saúde humana”, afirmou Cassandra.
Além de apoiar os probióticos, os prebióticos também são conhecidos por ajudar com absorção de cálcio equilibrando o açúcar no sangue mover os alimentos pelo sistema digestivo mais rapidamente, diminuindo os riscos de constipação. Atualmente, estão em andamento pesquisas para avaliar como os prebióticos podem ajudar pessoas com certas doenças, como síndrome do intestino irritável e obesidade, além de prevenir certos tipos de câncer, como o colorretal.
Fonte: Medical News Today
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