No #HappyHourConsciente dessa semana, Dr. Jairo comenta como lidar melhor com as frustrações
Redação Publicado em 25/02/2021, às 17h30
Como lidar com as expectativas de um 2021 muito parecido com o que vivemos em 2020?
Primeiro, é preciso traçar alguns cenários. No começo desse ano, estamos enfrentando um aumento significativo do número de casos e mortes no Brasil por conta do novo coronavírus. Números muito parecidos com os registrados na fase mais crítica da pandemia em 2020, durante os meses de julho e agosto. Atualmente, são cerca de 1.000 mortes por dia e quase 50.000 novos casos diariamente, sinalizando uma nova onda da doença.
Em parte, essa situação está relacionada com os comportamentos adotados durante as festas de fim de ano - Natal e Ano Novo - quando as pessoas viajaram, se encontraram umas com as outras, aglomeraram e não se cuidaram. Sendo assim, como reflexo desse movimento, observamos um grande aumento do número de casos, hospitalizações e mortes. Um cenário extremamente triste e preocupante.
Além da questão do comportamento, a nova onda da doença também está relacionada com o registro de novas variantes do vírus, que apresentam um poder maior de transmissão. Elas foram identificadas em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Primeiramente foi encontrada uma variante na região da Amazônia, depois em outras cidades brasileiras.
Dessa maneira, se essa variante passa a ser o tipo predominante do novo coronavírus no país, enfrentaremos mais dificuldades, porque ela tem maior poder de infecção quando comparada às variantes anteriores. Isso é um fenômeno biológico, ou seja, conforme o vírus sofre mutação e evolui, algumas variantes mais infectantes podem surgir, aumentando a probabilidade de contaminar pessoas e se perpertuar.
Com esse contexto, no qual o número de casos está crescendo e foram detectadas variantes mais preocupantes, a recomendação é reforçar, ou, até mesmo, redobrar os cuidados em relação aos comportamentos de combate ao vírus. Portanto, é muito importante continuar evitando aglomerações, sair de casa, frequentar restaurantes ou locais em que possa existir um risco maior de transmissão e realizar o distanciamento social.
Além disso, é importante não esquecer de usar a máscara durante todo o tempo que está fora de casa e fazer a higienização frequente das mãos com água e sabão, ou álcool em gel quando a água e o sabão não estão disponíveis.
Toda essa situação é frustrante e complicada, todos já estão muito cansados. Afinal, já estamos há um ano vivendo nessa realidade. Porém, não existe um botão “liga e desliga” e, muito menos, uma passagem automática de um estado para outro quando mudamos de ano no meio de uma pandemia. As coisas mudam aos poucos e gradualmente.
E idas e vindas podem acontecer. Na Europa, por exemplo, há o enfrentamento de uma "terceira onda". Então, não sabemos o que acontecerá nos próximos meses, o que sabemos é como evitar o pior.
Idealmente, a vacina é capaz de mudar todo esse cenário, mas também enfrentamos alguns problemas. No Brasil, o processo para vacinar os brasileiros ainda está acontecendo de uma maneira bastante lenta, o que é preocupante em uma país de proporções continentais e com um grande número de habitantes.
Se pensarmos na quantidade de pessoas que precisam ser vacinadas para conseguirmos atingir uma imunidade comunitária - de acordo com os especialistas, para isso é necessário vacinar 70% da população - o caminho ainda é longo. Ou seja, é preciso aumentar de uma maneira importante o ritmo de vacinação no Brasil para que consigamos alcançar esse patamar.
Entretanto, isso leva tempo. Existem inúmeros problemas de logística, com a distribuição de vacinas, chegada e produção delas aqui no Brasil. São várias etapas que ainda estão caminhando muito lentamente. Então, enquanto 70% da população não recebe as duas doses da vacina, o vírus continua circulando e teremos um padrão de comportamento muito parecido com o que tivemos no ano de 2020.
É preciso aprender, de alguma forma, a viver melhor nesse cenário. Isso significa que é necessário saber controlar essa ansiedade, a insatisfação, a frustração, e não procurar descontar tudo isso nos outros ou buscar formas artificiais de tentar aliviar esse sentimento com o uso de substâncias, por exemplo.
É perceptível que, em alguns contextos, muitas pessoas utilizam remédios ansiolíticos, drogas ilícitas e álcool, em uma tentativa de aliviar essa ansiedade.
Há um aspecto muito claro quando se trata do consumo de álcool: toda vez que bebemos no intuito de aliviar emoções negativas, tendemos a beber mal, ou seja, beber demais e com muita frequência, expondo-nos a uma série de situações de risco e, muitas vezes, expondo outras pessoas a situações perigosas também. Dessa forma, é muito essencial perceber essa relação e buscar controlar a ansiedade de outras maneiras.
Existem várias alternativas que podem ajudar no controle da ansiedade, como atividades físicas regulares, alimentação mais saudável, técnicas de relaxamento e meditação, além de separar um momento do dia para realizar atividades de lazer que ofereçam alguma possibilidade de conforto e relaxamento.
Conversar com as pessoas quando não se está bem, procurar um amigo, redes de apoio e, até mesmo, profissionais de saúde mental também ajudará no processo de lidar melhor com tudo isso. Como falamos anteriormente, não é legal tentar aliviar a ansiedade com o uso de bebida alcoólica, porque a tendência é beber pior e, consequentemente, se expor sem necessidade.
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